Ligeiramente Casados

Título: Ligeiramente Casados

Autora: Mary Balogh

Editora: Arqueiro

Páginas: 288

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse "Custe o que custar!". Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...

Resenha

O capitão Percival Morris estava à beira da morte quando fez seu último pedido: ele implorou para que o coronel lorde Aidan Bedwyn informasse sua irmã de sua morte, e que cuidasse dela por ele. Não querendo magoar o amigo que várias vezes lhe salvara a vida, o coronel promete cuidar da moça e lhe entregar pessoalmente a informação da morte do irmão, custasse o que fosse.

Prometa que irá protege-la. Prometa! Custe o que custar! – página 24

Eve Morris vivia numa propriedade grande e próspera chamada Solar Ringwood, que lhe fora deixada por seu pai. Humilde, simples e com um grande coração, Eve abrigava pessoas que ninguém mais queria por perto, órfãos, ex-condenados e mulheres com filhos ilegítimos. Além de um cachorro com três pernas, um olho e uma orelha e meia. Ela esperava ansiosamente pelo retorno de seu irmão mais velho, que já deveria ter aparecido àquela hora. Mas o que ela não esperava era encontrar em sua sala o coronel Aidan Bedwyn, superior de seu irmão, e com certeza não imaginava que ele traria uma notícia tão pesarosa e trágica. E, além de perder o irmão, Eve também perderia a propriedade onde vivia, graças às condições de seu pai.

“Não pensou em uma possibilidade”, disse Bedwyn, a voz fria e dura. “Qual?” “Terá que se casar comigo”, falou ele por fim. – página 53

Mantendo sua promessa, o lorde Aidan então propõe Eve em casamento, assim ela poderia manter a casa, junto com seus criados e familiares, e ele não quebraria a promessa que fizera ao falecido capitão Morris. Os dois sairiam ganhando, mas seria um casamento por conveniência. Quando aquilo estivesse resolvido, ele voltaria para sua casa, junto a seus irmãos, e Eve poderia viver sua vida em meio ao campo, como sempre o fizera.

A realidade ainda não havia assentado em sua mente, percebeu. Estava casada, mas ao mesmo tempo não estava. Tinha um marido, mas ao mesmo tempo não tinha. Dali a uma semana, a existência de Bedwyn parecia apenas um sonho. Mas ela estaria casada com ele para sempre... até que a morte os separasse. – página 93

Mas a família de Aidan acaba descobrindo sobre o casamento, e querem que Lady Aidan Bedwyn seja apresentada formalmente à rainha, e compareça aos bailes e festas londrinas ao lado de seu mais novo marido, para pelo menos, manter as aparências, pois uma esposa que era escondida da sociedade não era bem visto pelas senhoras fuxiqueiras que adoravam falar sobre outras pessoas. Eve então acaba ficando algumas semanas na casa de Aidan, e essas semanas parecem aumentar cada vez mais, e os dois cada vez mais próximos.

Era bem possível, pensou Eve, de repente, que ela estivesse se apaixonando um pouco pelo marido. – página 183

Eve é uma personagem incrível, e o que eu mais queria era que ela fosse feliz, fosse ao lado de Aidan ou não. O que ela fazia pelas pessoas que foram jogadas em sarjetas era incrível, a forma com que os tratava bem, como se fossem da família era tão bonita quanto a forma que se importava mais com os outros do que com si mesma. Ela aceitou se casar com um homem que não conhecia para que seus amigos tivessem um teto para morar, e foi até Londres para conhecer a rainha para que Aidan não fosse mal visto pela sociedade. Até seus momentos de fraqueza eram bons, fossem eles quando era humilhada por pessoas que se achavam superiores, ou quando Aidan a tratava como um objeto ou uma obrigação. Um fardo.

Eve mantinha a compostura quando dezenas de outras pessoas teriam chorado até cair ou partido para a violência, e isso me impressionou bastante. Ver ela se apaixonar aos poucos por Aidan foi muito bom, e foi melhor ainda quando ela sentia seu coração se aquecer por inteiro quando ele sorria, beem raramente.

Então, o mais extraordinário aconteceu. O rosto de seu marido, sempre tão soturno e severo, relaxou aos poucos. Ah, não bem em um sorriso; O rosto dele não sorriu. Nem a boca. Mas os olhos sorriram. Ficaram mais suaves e cintilaram com uma expressão que Eve só conseguiu descreveu para si mesma como um sorriso. E o mundo inteiro sorriu. – página 184

Aidan também não é um personagem de se jogar fora. Ele é um homem fechado com feições que assustariam até um ogro, mas por dentro, é tão bom quando Eve. Maltratado pelas guerras e combates dos quais participou, Aidan nunca sorri e às vezes fala coisas grosseiras que não deveria falar, principalmente para Eve, porém ele também tem seus momentos de fraqueza. Momentos esses que incluem piqueniques e passeios pela cidade que Eve nunca conheceu, e que faziam com que sua expressão ficasse mais serena com os sorrisos que apareciam involuntariamente, espantando até mesmo o próprio Aidan.

Ligeiramente casados foi um livro que me surpreendeu bastante, já tinha lido algumas resenhas dele antes de finalmente iniciar o livro, mas não imaginava que seria uma leitura tão boa e prazerosa. Os personagens são encantadores, todos eles, até mesmo os que eu deveria odiar. Uma coisa que me fez gostar ainda mais da escrita da autora, é que ela já dá uma dica de quem será o protagonista do segundo livro, e assim eu fiquei mais do que curiosa para começar Ligeiramente maliciosos, que por sorte eu já tinha aqui comigo. Os Bedwyns se tornou uma das minhas séries favoritas, eu mal vejo a hora de ler mais e mais histórias de Mary Balogh.

“Uma última noite?”, perguntou ela. “Um último sonho.” – página 273