Garota, traduzida

Titulo: Garota, traduzida
Autora: Jean Kwok
Editora: Suma de Letras
Páginas: 235
Edição: 1
Lançamento: 2011

Sinopse: Quando Kimberly Chang e sua mãe, emigrantes de Hong Kong, se estabelecem numa área pobre do Brooklyn, tem início uma árdua dupla jornada para a menina de 11 anos. De dia, ela luta na escola contra o seu quase total desconhecimento do inglês, superando o preconceito do professor e revelando-se uma aluna determinada em aprender. À noite, ao lado da mãe, trabalha duro numa fábrica de tecidos, desafiando a incredulidade de colegas de escola, confiantes de que "trabalho infantil não existe nos Estados Unidos". Dia após dia, Kimberly lida em silêncio com verdades dolorosas e uma vida de privações. Num apartamento imundo, frio e infestado de ratos, a menina encara um futuro incerto, cujo peso recai sobre seus ombros, em função da deterioração da saúde de sua mãe. Kimberly ainda nutre um amor secreto por um menino que trabalha na casa de máquinas da fábrica na qual trabalha. Sua imaginação, criatividade e capacidade de amar são suas únicas armas para encontrar algum conforto e perspectivas.

Resenha

Eu sempre gostei de histórias reais e coisas do tipo, então quando vi esse livro em promoção, não resisti e acabei comprando. No inicio, não imaginava que poderia me encantar tanto por uma história e por uma personagem, mas foi isso o que aconteceu.

Kimberly é uma menina chinesa que, com 11 anos de idade, conseguiu sair de seu país de origem junto com sua mãe e ir para os Estados Unidos, onde elas acreditavam ser o paraíso e um lugar onde poderiam viver em paz. Com a ajuda da tia Paula, as duas conseguiram passaportes de imigração e um lugar para morar.

Mas ao chegar ao apartamento nojento cheio de ratos e baratas, com vidros quebrados e manchas na parede, elas perceberam que não seria assim tão fácil quanto imaginaram. Kimberly foi para a escola, onde se mostrou uma das mais inteligentes da turma, e durante a tarde, ajudava sua mãe na fábrica de roupas da tia Paula, onde trabalhavam. A fábrica era um lugar muito quente, que pagava os funcionários por peça feita. Cada peça valia menos de cinco centavos, o que significava que os funcionários precisavam confeccionar centenas por dia para conseguirem sobreviver.

Assim éramos eu e a mãe: duas budistas melindrosas em um apartamento dos infernos. – página 19

A história acompanha a vida da menina desde o momento em que ela chega no novo país até sua vida adulta, quando ela mostra que é possível sobreviver com pouco e batalhar pelo futuro. Kimberly não tinha praticamente nada, mas ela conquistou bolsas de estudos nas escolas e faculdades mais disputadas e conseguiu provar que conseguia.

Conhecemos também seu primeiro amor, Matt, um rapazinho que também trabalhava na fábrica. Ficamos a par de todas as vezes em que ela se sentiu envergonhada por ser pobre e quis ser como as outras meninas, Kimberly também queria passar maquiagem e falar sobre garotos, mas ela precisava ajudar a mãe no trabalho e estudar todos os dias para deixá-la orgulhosa.

As primeiras páginas do livro foram um pouco cansativas, eu não conseguia gostar da história e ficava pensando naquela minha pilha enorme de livros para ler, mas ai as coisas foram ficando mais interessantes, e eu não conseguia mais largar! Saber que o livro foi inspirado na vida da autora me arrepiou, não consigo imaginá-la passando por isso tudo, e mesmo não a tendo conhecido, estou orgulhosa dela.
Uma personagem que eu odiei com todas as minhas forças foi a tia Paula, uma mulher falsa que se sentia melhor sempre que humilhava a irmã e a sobrinha, vivia dizendo que elas não estariam nos EUA se não fosse por ela e que aquela era uma divida para a vida.

Em outras palavras, tia Paula não se importaria que passássemos o resto da vida naquela fábrica e naquele apartamento. – página 93

Fiquei maravilhada com o final, não sabia o que esperar dele, mas com certeza não foi o que eu encontrei. Um desfecho digno para uma história tão dura e sofrida. Quem gosta de um bom drama e livros de histórias reais vai amar Garota, traduzida.

É porque, quando uma coisa não é realista, se torna o depósito de tudo o que você quer que ela seja. Como uma palavra, um símbolo ou um vaso. Você pode despejar tudo dentro dela. – página 167



6 comentários

  1. Não conhecia o livro. A capa me chamou a atenção, e parece ser uma trama sensível e bem humana. Espero ter a oportunidade de ler. Amei a resenha!

    Clara
    @clarabsantos
    clarabeatrizsantos.blogspot.com.br

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  2. Já conhecia esse livro, mas nunca cheguei a lê-lo e eu também amo história baseada da vida real, que pena não peguei esse promoção, quem sabe próximo ano né? Beijos

    http://sonhoseaventurasdeamor.blogspot.com.br/

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  3. Heeelou coisota, ''tamu indo né''?! HUAHAAU.
    Mas que capa lindaa, a proposta me chamou bastante atenção, assim como você gosto de histórias reais, adorei saber que foi inspirado na vida da autora e nunca li nada com essa proposta mas sempre tive curiosidade e interesse, espero encontrar esse livro em promoção assim como você e que seja QUANDO EU TENHA DINHEIRO PELAMORDEDEUS HUAHAUAAUAH.

    Beeeeijos!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. A capa de Garota traduzida sempre me chamou atenção, mas eu precisava saber a opinião de alguém antes de decidir por ele. Bom, agora eu sei... E mal posso esperar para lê-lo.

    Abraços
    http://garotodelinhas.blogspot.com

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  6. Dryh querida, infelizmente não sei se é o tipo de livro que eu leria por livre e espontânea vontade, mas me parece ser aqueles livro que te surpreendem e passam uma mensagem legal, quem sabe um dia né?!

    Beijos Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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