Mais forte que o sol

Oiee pessoas \0/

Mais forte que o sol é o segundo e último livro da duologia Irmãs Lyndon, da Julia Quinn. O primeiro, Mais lindo que a lua, já foi resenhado aqui no blog, e a resenha pode ser conferida AQUI <3

Título: Mais forte que o sol

Autora: Julia Quinn

Editora: Arqueiro (cortesia)

Páginas: 288

Edição: 1

Lançamento: 2018

Série: Irmãs Lyndon #2

Sinopse: Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento. Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu. Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro. No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal...

Resenha

Após ver sua irmã se casar com o homem que amava e ir viver com ele, Eleanor Lyndon continuou morando com o pai, o reverendo Lyndon. Mas agora ela está num impasse: o pai resolveu casar-se novamente, e a futura madrasta de Ellie é uma verdadeira bruxa, que pretende casá-la com os piores pretendentes que qualquer um poderia imaginar. E mais: Ellie acabaria tendo que fazer tudo o que a mulher dissesse, desde cozinhar até limpar a chaminé! Mas há uma saída: ela pode se casar com o conde de Billington, também conhecido como Charles Wycombe, um famoso libertino que precisava urgentemente encontrar uma esposa.

Prestes a perder toda a sua fortuna e título – e ver tudo isso ser passado para seu primo paspalho – Charles estava desesperado! Ele tinha 15 dias para encontrar uma esposa de quem gostasse, ou ficaria sem absolutamente nada. Por isso, ao cair de uma árvore aos pés de uma jovem dama solteirona adorável, ele vê uma chance de manter sua herança e conseguir herdeiros; resolveria dois problemas de uma só vez! Ele então lhe faz uma proposta que, convenhamos, beneficiaria a ambos: a de que se casassem.

Como eu não gostei muito do primeiro livro – foi o livro da Julia que eu menos gostei -, estava um pouco receosa em relação a este. Mas, felizmente, eu adorei! Eleanor é uma personagem maravilhosa, e eu não tinha conseguido ver isso em Mais lindo que a lua; lá ela era apenas a irmã mais nova da protagonista, e estava sempre ajudando o casal principal a ficar junto. Aqui ela possui financiamentos, faz investimentos e é dona de uma força de vontade e independência incríveis! Mas não podia continuar solteira, afinal, na época as mulheres não podiam ter seus próprios investimentos, não é mesmo?

Charles também é um personagem bacana (bem melhor que Robert), ele vive com algumas de suas familiares – que não teriam onde morar, não fosse por ele – e é dono de uma personalidade que agrada; é o típico mocinho dos romances de época no estilo Julia Quinn. A estrela mesmo é Eleanor, e claro, Judith, uma menininha maravilhosa! Gostei dos personagens num geral, achei que foram bem desenvolvidos e cada um conseguiu marcar de uma maneira diferente.

Ele permaneceu nos degraus da frente por vários minutos após a carruagem desaparecer de vista, vendo o sol que pairava no horizonte e pintava o céu. O cabelo dela, pensou de repente. O cabelo de Eleanor era da cor exata do sol em sua hora preferida do dia. Seu coração se encheu de inesperada alegria, e ele sorriu. – página 50

O livro é muito divertido! Ri muito com as cenas e as alfinetadas de Eleanor e Charles; já conheci muitas mocinhas de romances de época que fugiam do padrão – as protagonistas sempre fogem, não é mesmo? -, mas Eleanor possui uma língua afiada e uma personalidade que eu não vi com mais nenhuma personagem, e isso me deixou muito feliz, pois a tornou única para mim. E além de ser independente e muito inteligente, ela consegue e sabe fazer coisas que nem mesmo Charles podia ou conseguia fazer, o que, além de deixa-lo impressionado, reforçava a ideia (e a realidade) de que as mulheres são muito mais do que aparentam. E Eleanor certamente era.

A única coisa que me incomodou foi o excesso de conflitos e momentos “angustiantes” da história; quem conhece a escrita da Julia sabe que, além dos conflitos entre o casal, há sempre algum acontecimento que põe suas vidas em perigo (ou o seu relacionamento) e que serve para uni-los ainda mais. Aqui não foi exceção, mas a autora cometeu o erro de deixar tudo muito fraco, de maneira que dava para saber o que iria acontecer no momento em que as coisas começavam a dar errado. Pode ser que isso não seja uma coisa ruim para muita gente, mas acho que, depois de ler tantos romances de época com a mesma formula, acabei enjoando um pouco da “receita”. Mas não deixei de gostar do livro por causa disso.

“Pode ficar aqui esta noite? Pelo menos até eu adormecer?” Ele assentiu e beijou sua têmpora. “Que bom. Fica mais quente com você aqui.” Charles soprou a vela e deitou em cima das cobertas. Então, quando tinha certeza de que ela estava dormindo, tocou o próprio coração e sussurrou: “Fica mais quente aqui também. – página 202

Mais forte que o sol fez eu me reapaixonar pelos livros da autora, e compensou em MUITO o “fracasso” do livro anterior. O livro é curtinho, e a leitura é bem leve, rápida, divertida e recheada de momentos em que a gente suspira ou quer jogar alguma coisa na cabeça de Charles – mas Eleanor já faz isso por nós <3

Foi a leitura perfeita para fechar o mês de maio, e agora eu estou me coçando para ler os livros do Quarteto Smythe-Smith que ainda faltam (acreditam que sejam os únicos livros da J. Queen que eu ainda não li – dos que foram publicados por aqui). Livro mais do que recomendado para todos os amantes de romances de época com aquela pitada deliciosa de bom humor.