O guia do cavalheiro para o vício e a virtude

Oiee pessoas \0/
Preparadas para conhecer o romance histórico mais tenso e divertido que vocês já viram? Então bora lá!

Título: O guia do cavalheiro para o vício e a virtude

Autora: Mackenzi Lee

Editora: Galera (cortesia VIB)

Páginas: 434

Edição: 1

Lançamento: 2018

Sinopse: Uma aventura romântica do século XVIII para a era moderna. Simon Versus a Agenda Homo Sapiens, encontra os anos 1700. Henry "Monty" Montague nasceu e foi criado para ser um cavalheiro, mas nunca foi domado. Os melhores internatos da Inglaterra e a constante desaprovação do pai não conseguiram conter nenhuma das suas paixões - jogos de azar, álcool e dividir a cama com mulheres e homens. Mas agora sua busca constante por uma vida cheia de prazeres e vícios está em risco. O pai quer que ele tome conta dos negócios da família. Mas antes Monty vai partir em seu Grand Tour pela Europa, com a irmã mais nova, Felicity, e o melhor amigo, Percy - por quem ele mantém uma paixão inconsequente e impossível. Monty decide fazer desta última escapada uma festa hedonista e flertar com Percy de Paris a Roma. Mas quando uma de suas decisões imprudentes transforma a viagem em uma angustiante caçada através da Europa, isso faz com que ele questione tudo o que conhece, incluindo sua relação com o garoto que ele adora.

Resenha

Filho de um conde e a maior vergonha da família, Henry Montague (Monty para os íntimos) está prestes a iniciar seu Tour pela Europa na companhia de seu melhor amigo, Percy - por quem ele também é apaixonado -, sua irmã mais nova, Felicity, e um amigo de seu pai que acabou se enfiando na viagem (para puro terror de todos) para manter as coisas sob controle. Aquela viagem seria a última chance de libertinagem e farra para Monty, que logo teria de assumir os negócios do pai e “sossegar”, mas quem poderia dizer que tudo iria por água abaixo?

Monty estava ansiosíssimo para ficar um ano longe do pai e das responsabilidades que logo teria de assumir, e passar um ano todinho ao lado de Percy era ainda melhor. Ele só não contava que teriam companhia durante a viagem – um amigo de seu pai iria junto para mantê-los longe de bebidas, mulheres, homens e tudo o que havia de pecaminoso – e também não podia imaginar quais aventuras os esperava no Continente. Somando tudo isso à personalidade egocêntrica e egoísta de Monty, temos um romance de época gay divertidíssimo que vai encantar quem, assim como eu, adora a mistura disso tudo!

[...] Mas só ultimamente que o joelho dele esbarrando no meu debaixo de uma mesa de bar estreita me deixa sem palavras. É uma pequena alteração no campo gravitacional entre nós, mas subitamente todas as minhas estrelas estão desalinhadas e os planetas tirados de órbita, e me vejo aos tropeços, sem mapa ou direção, em meio ao território assombroso de estar apaixonado por meu melhor amigo. – página 36

Filho mais velho de um conde, Monty sempre teve tudo o que precisou. Foi expulso da Eton e se mete em confusões envolvendo jogatinas, bebidas e sexo desde sempre, o que só aumenta o desgosto de seu pai, sem contar que suas histórias com rapazes deixem seu velho ainda mais furioso. Após o Tour, tudo isso vai acabar, e ele vai se tornar mais um aristocrático infeliz e com o nariz enfiado no trabalho, e Monty sabe muito bem disso; por isso quer aproveitar essa viagem. Já Percy é mais controlado; de pele escura, sofre preconceito da parte de praticamente todas as pessoas que o veem com Monty, e sabe que se agir como o amigo, vai sofrer consequências piores. É um rapaz doce que guarda um segredo capaz de mudar tudo.

“Talvez você seja a única pessoa no mundo que me acha decente.”
Sinto os nós dos dedos de Percy roçarem nos meus. Talvez seja por acaso, mas parece mais uma pergunta, e quando abro os dedos em resposta, a mão dele se entrelaça na minha.
“Então ninguém mais conhece você”. – página 188 

Felicity é a estrela do livro, não há como negar. Com o nariz sempre enfiado em romances, a jovem que já se parece fisicamente com uma solteirona é uma caixinha de surpresas! Felicity sempre quisera estudar, mas os pais a matricularam numa escola de etiqueta, o que para ela representa a morte: ao invés de medicina, ela aprenderia a sentar-se direito e a segurar uma xícara. A viagem ao lado do irmão ajudou a fortalecer o laço entre eles, que antes mal existia, e trouxe também para o plano principal a determinação de uma jovem muito corajosa e inteligente: Felicity deu um show!

Além de trazer temas como o preconceito, homossexualidade no século XVIII e feminismo, Mackenzi aborda também a questão da família, e sobre como os laços familiares podem afetar as pessoas. A relação de Monty com o pai é bem complicada, e muitas vezes o rapaz acaba agindo de maneira imprudente só para afetar o nome da família. Percy também sofre um pouco com as relações familiares, e o mesmo acontece com Felicity, que acaba impedida de fazer muitas coisas só por ser mulher. E o mais interessante é ver o amadurecimento das personagens principais em relações a esses assuntos; Monty, por exemplo, não consegue ver como é para Percy e Felicity serem tratados diferentes por terem a pele escura ou serem mulher, respectivamente, e ele vai aprendendo a fazê-lo ao longo do livro. Sem contar que ele vai aprendendo a deixar de ser um babaca, o que é ainda melhor!

Pobre Monty, com um pai que o espanca até sangrar. Pobre Monty, tendo que herdar uma fortuna e gerenciar uma propriedade. Pobre Monty, que é inútil e vergonhoso. Pobre Monty, apaixonado pelo melhor amigo. – páginas 111 e 112

A escrita da autora é bem leve e divertida, e as aventuras pelas quais os personagens passam foram tão inéditas para mim, com o gênero romance de época, que eu li o livro em tempo recorde! Foi impossível parar de ler até que finalmente cheguei na última página, e ainda assim, eu queria mais! Mais de Monty, mais de Percy, mais de Felicity!!! O livro possui algumas cenas bem clichês e bobas, mas são tão apaixonantes que é impossível não suspirar com elas!

Estou doida para ler mais obras de Mackenzi Lee, e torço muito para que tenhamos uma continuação deste livro!