Minha última duquesa eu recebi de cortesia da editora Fundamento (a partir do blog Residiu), e hoje eu trouxe a resenha dele :)
Bora?
Título: Minha última duquesa
Autora: Daisy Goodwin
Editora: Fundamento (cortesia)
Páginas 379
Edição: 1
Lançamento: 2013
Sinopse: "Beleza, fortuna, admiradores e a arrogância ingênua de acreditar que o dinheiro lhe abriria todas as portas era do que uma jovem precisava para ser feliz nos Estados Unidos no final do século 19. Cora Cash tinha tudo isso. Mesmo assim, lhe faltava o que alguns consideravam o mais importante: um título de nobreza. Por isso, para conseguir um casamento que lhe garantisse um status social inabalável, ela partiu para a Inglaterra aos 18 anos. A primeira impressão do novo país não foi nada boa - a aristocracia era fria e hostil, dominada por intrigas e fofocas. Mas a situação ficou ainda pior quando Cora se apaixonou por um homem que mal conhecia... e entrou em um jogo com regras desconhecidas e que tinha como único prêmio a própria felicidade."
Resenha
“Se eu me apaixonar por você, tudo... todos os meus planos mudariam.” – página 21
Cora Cash
era uma das jovens mais ricas dos Estados
Unidos da América no final do século 19,
e como muitas outras garotas ricas, pretendia viajar para a Europa e comprar um título nobre. Na
verdade, este era o objetivo de sua mãe, mas Cora não tinha muita escolha e, ao deparar-se com um duque (que a salvara após um tombo
feio) encantador pedindo-lhe a mão, não pode recusar a proposta. Ela era agora
a Duquesa de Wareham.
O Duque de
Wareham, Ivo para os íntimos,
passava por maus bocados quando conheceu Cora.
Após pagar por dois enterros seguidos, ele mal tinha dinheiro para sustentar
sua propriedade, quem dirá reforma-la e deixa-la nos padrões britânicos. Assim
como muitos outros nobres, ele procurava uma esposa americana rica que pudesse
salvá-lo da iminente pobreza, e sendo Cora,
provavelmente, a mais rica de todas, aquele era um casamento vantajoso. Ele
estar apaixonado por ela – e vice e versa – era um bônus de fazer inveja.
Mas o relacionamento entre eles muda com o passar
do tempo. Ivo está sempre ocupado
com suas propriedades ou com questões políticas, e Cora, mesmo tendo crescido em meio à bailes chiques e rodeada de
diamantes, não estava preparada para as diferenças culturais e sociais entre o
país em que crescera e onde agora vivia. A começar pela sogra, a Dupla Duquesa, que sempre arranjava uma
desculpa para humilhá-la, e as outras senhoras não ficavam muito atrás. Todos
queriam ver a duquesa americana falhar.
Por sorte ela tinha algumas amigas, Charlotte, entre elas. Amiga de
infância do Duque, Charlotte era a mais bela de todas as
mulheres que Cora já havia visto, e
apesar de não parecer muito amigável (na maioria das vezes), demonstrava querer
ajudar com a adaptação de Cora na sociedade, seja apresentando-a aos grupos
mais “jovens” e “escandalosos” ou simplesmente dando conselhos. Em meio a tantas
mentiras, tanta falsidade e intrigas, era difícil para Cora saber em quem confiar, a não ser nela mesma.
A premissa de A
última duquesa havia me chamado a atenção, e como eu sou apaixonada por
romances de época (principalmente aqueles que não acabam com o casamento feliz
do casal), estava doida para lê-lo. Confesso ter demorado um pouco para pegá-lo
quando ele chegou, mas assim que o fiz, não pude mais largar. A autora possui
uma escrita bem leve e envolvente, ela consegue fazer um retrato fiel das sociedades
americana e inglesa do século XIX e
criar personagens misteriosos e, ao mesmo tempo, interessantes. Infelizmente,
porém, faltou um maior desenvolvimento no romance entre o casal principal e os
personagens num geral, mas já falarei mais sobre isso.
Cora é
uma personagem que, ao mesmo tempo em que conquista nossa afeição, também
consegue nos irritar. Fútil, mimada e acostumada a ter tudo o que quer na hora
que quer (sua criada, Bertha, é
prova viva disso), ela quebra a cara tantas vezes ao chegar na Inglaterra que cheguei a sentir pena, e
um pouco de raiva também, aliás, ela sabia no que estava se metendo, né? Mas a
maneira como a história foi seguindo e depois de tudo o que aconteceu, eu só
torcia para que Cora fosse feliz no
final, e tivesse ao menos um pouco de paz de todas aquelas pessoas tóxicas.
Já Ivo
não me surpreendeu. Nas primeiras cenas em que ele apareceu, achei que ele e Cora se dariam muito bem e até torci
para que ficassem juntos, mas seu distanciamento ao longo da história, somado
ao fato de que se irritava por quase nada e ainda reclamava das coisas que Cora tentava fazer por ele, fizeram com
que eu não gostasse dele. E a autora deu muitos motivos para isso, tanto que
torci para que Cora pudesse ficar
sozinha ou com outra pessoa. Fosse essa pessoa um amigo de infância (se for
para escolher o menos pior, vamos de Teddy)
ou qualquer outro.
Ele achava que ela valia muito mais do que aquilo. Não podia oferecer a ela tudo isso, aquele arsenal de fontes, balaustradas e príncipes, mas seus sentimentos pelo menos eram diretos: ele amava a mulher, não a herdeira. Poderia dar a ela uma saída. – página 331
Ou seja, a história não é romântica. Os poucos
momentos fofos entre os personagens acontecem quando Ivo faz algo que aborrece Cora,
e depois vai se desculpar. Sem contar que ele age completamente diferente
quando está sozinho com ela ou com outras pessoas. Isso, além de me aborrecer,
me fez ter certeza de que ela merecia coisa melhor.
O final me deixou bem decepcionada, confesso. Ele
estava indo por um caminho tão fofo e apaixonante que as minhas expectativas
subiram muito, e aí, a autora fez o que fez.
Minha última
duquesa me lembrou um pouco do livro Sissy,
por conta das intrigas e máscaras que a nobreza usava o tempo todo, as fofocas,
as traições e tudo o mais. Mas as semelhanças param por aí. Além disso, tanto Sissy quanto Cora foram infelizes em certos aspectos de seus casamentos, tiveram
que aguentar sogras terríveis e não foram amadas como deveriam.
Minha única reclamação em relação à parte estética
do livro é com a revisão. Encontrei muitos erros (juro que não os estava
procurando) que me incomodaram bastante, e espero que, caso uma segunda edição
seja lançada, a editora dê uma olhadinha nisso.
“Esta não é a vida que você deveria ter, Cora, fazendo concessões a príncipes e se preocupando se uma velha Duquesa abalada deve ou não ir na frente da outra. Nenhuma de3ssas pessoas faz nada, a não ser dar uns tiros por aí e mexericar. É claro que as casas ao lindas, e todo mundo tem uma perfeita educação, mas como é que você consegue viver em um mundo construído em cima de mentiras?” – página 334
Que super resenha, estou bem curiosa pra ler :D
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