A profecia do Paladino

Olá, pessoas, tudo bem com vocês?

Agora que a #SemanaFeminismo já acabou (aaah) nós voltamos à nossa rotina habitual, e, para começar a semana com o pé direito, eu lhes apresento a resenha de A profecia do Paladino, primeira resenha da Carol Almeida aqui no blog. Espero que gostem :)

Título: A profecia do Paladino

Autor: Mark Frost

Editora: Galera (cortesia)

Páginas: 420

Edição: 1

Lançamento: 2016

Série: A profecia do Paladino #1

Sinopse: Um misterioso thriller do roteirista de Quarteto Fantástico e co-criador da série Twin Peaks. Will West faz de tudo para não chamar a atenção. A pedido dos pais, ele se esforça para tirar notas medíocres e não se destacar. Mas quando sua escola o obriga a fazer uma prova de desempenho geral, ele acaba se esquecendo de errar algumas respostas. Seu resultado espetacular atrai o interesse de uma das escolas particulares mais exclusivas do país, que o procura para oferecer uma bolsa de estudos. No entanto, assim que recebe essa oferta, começa a ser seguido por homens misteriosos e sedãs pretos. Ao tentar escapar de perseguidores, seus pais desaparecem e Will acaba se matriculando às pressas no misterioso colégio. Chegando à sua nova escola, ele percebe possuir talentos físicos e mentais que beiram o impossível e descobre que suas habilidades estão conectadas a uma batalha milenar entre forças épicas.

Resenha

A história gira em torno de Will West, um garoto que foi treinado durante seus quinze anos a não chamar atenção para si, e ele não é encorajado pelos pais a demonstrar seu potencial tanto na escola quanto na equipe de cross-country. Logo no começo do livro temos contato com os pais, e eu não fui muito com a cara deles, pois que tipo de pais não querem que o filho seja bom em algo, não é mesmo?

“E Will não é apelido de William?” “Não é apelido de nada. Meus pais queriam um filho prestativo, e “Will” tem a ver com boa vontade” (p.27)

Mas durante a leitura nos é apresentado que o pai de Will possui 98 regras a serem seguidas à risca, regras essas que o preparam para os desafios, e regras que evitam problemas. Mas então Will acaba indo bem em uma prova de avaliação nacional aplicada na escola, e tcharãm! Todos os holofotes se viram para ele. Sua média é muito maior que todas as médias de outros alunos no país, e ele é premiado com uma bolsa integral para um colégio interno em Minnesotta, um Centro para Pessoas Excepcionais, particular e muitíssimo exclusivo, porém desconhecido.

“Posando de aluno mediano, voando fora do alcance do radar. Seguindo a regra número três, ‘NÃO CHAME ATENÇÃO PARA SI’, significava que ele não tinha a menor chance de ganhar bolsas por excelência acadêmica ou desempenho atlético e de ter a vida que as acompanhava. E agora, sem ter sequer pedido por isso, uma porta para aquele mundo assombrosamente melhor tinha se aberto.” (p.37)

Porém ele acaba chamando a atenção de pessoas não tão gente fina assim. E a partir desse ponto, ele se encontra em uma situação em que sua própria vida e a de seus pais corre perigo.

Um dos personagens mais incríveis do livro é Nando, um amigo taxista que Will faz durante a sua fuga para a escola, e ele é muito engraçado e gente boa, sempre ajudando Will.

Will parte então para uma viagem cheia de perigos, e contará com a ajuda da Dra.Robbins, funcionária do Centro e Dave, um amigo ‘diferente’ que vai ser o seu anjo da guarda.

“Outra mensagem do pai: ‘CORRA WILL.’ [...] o papai me mandou CORRER (lá de São Francisco?!) porque ele quer me ver mantendo um ritmo bom ou porque, de algum jeito, sabe que aquele carro não é boa coisa...” (p.15-16)

Chegando na escola, ele percebe que é um universo totalmente diferente. Todos são muito ricos, a tecnologia é muito avançada e as aulas são muito puxadas. Mas é ali que ele faz quatro amigos, que vão ajuda-lo em sua jornada: Ajay, um baixinho nerd fissurado em tecnologia e com memória fotográfica; Nick, um ginasta bobão e não muito inteligente; Elise, uma garota calada e inteligente, que parece poder saber o que todos pensam, e é capaz de ver o futuro; e Brooke, uma garota extremamente atraente e certinha. Mas também encontra pessoas nem tão legais assim, e que vão dar trabalho no decorrer do livro.

Na escola ele precisa encontrar respostas para o que está acontecendo com sua vida e o que aconteceu com seus pais, pois quando fugiu, sua mãe não era mais a mesma, e seu pai estava sendo ameaçado pelos Boinas, homens de preto que o seguiram no dia do resultado de sua prova. Com a ajuda dos amigos, ele tentará desvendar o motivo de estar sendo caçado e descobrirá peças-chave para compreender o que a Profecia do Paladino representa para o grupo.

Na história existem dois lados: o lado do bem – a Hierarquia, e o lado do mal – os Antigos, monstros que são invocados de portais de outra dimensão, pelos humanos malvados. Confesso que são monstros nojentos, mas bem criativos.

“- Durante o último milênio – continuou o oficial da Hierarquia – os Antigos tentaram voltar e retomar o domínio sobre o planeta. E recrutaram algumas pessoas daqui, os colaboradores humanos deles, para dar uma mãozinha.” (p.328)

A narrativa é em terceira pessoa, o que para mim foi bom, e a escrita de Frost é ágil e nos faz querer continuar a leitura. Porém como muitas pessoas reclamaram, é um livro juvenil. Mas isso não significa que seja ruim. Eu adorei o livro, sua temática e o desenvolver da história. “Ah, mas é clichê” realmente, o autor segue a fórmula do arquétipo do herói, que tem uma vida normal e do nada algum acontecimento muda para sempre a sua vida e ele embarca em uma jornada. Sim, mas não deixa de ser bom. Nem todo clichê é ruim, ainda mais um clichê que tem uma temática, uma continuidade e é interessante, como é o caso deste livro. Acho que não devemos julgar um clichê só porque ele é bem, um clichê. Já pararam pra pensar que é muito mais difícil reinventar uma história a fim de torna-la diferente do que criar uma nova? Pois bem, A Profecia do Paladino foi um livro que me encantou, me fez rir com os personagens e ficar aflita com os conflitos.

O livro tem uma narrativa que dá vontade de ler, de ter curiosidade e de gostar dos personagens. Andei pesquisando, e não se trata de um livro único, parece que faz parte de uma trilogia o// E se tratando de um livro que possui continuação, dá vontade de esperar pelo próximo. Ficamos com aquela pulga atrás da orelha sobre o questionamento maior da história, e isso está me fazendo aguardar ansiosamente pelo segundo volume!

Carol Almeida